{"id":44,"date":"2024-05-28T20:34:39","date_gmt":"2024-05-28T23:34:39","guid":{"rendered":"http:\/\/varizes.com\/?p=44"},"modified":"2024-05-28T20:34:39","modified_gmt":"2024-05-28T23:34:39","slug":"tromboflebite-superficial","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/varizes.com\/tromboflebite-superficial\/","title":{"rendered":"Tromboflebite Superficial"},"content":{"rendered":"\n
\u00c9 uma doen\u00e7a vascular caracterizada pela presen\u00e7a de trombo e rea\u00e7\u00e3o inflamat\u00f3ria de uma veia superficial. Condi\u00e7\u00e3o bastante comum, sendo a maior incid\u00eancia em mulheres portadoras de varizes em membros inferiores, principalmente nas tabagistas. Em 60 a 80% dos casos, a Safena Interna est\u00e1 acometida concomitantemente.<\/p>\n\n\n\n
A fisiopatologia desta afec\u00e7\u00e3o \u00e9 compreendida atrav\u00e9s da Tr\u00edade de Virchow, onde este anatomo-patologista alem\u00e3o concluiu que quando ocorre a oclus\u00e3o tromb\u00f3tica de qualquer vaso, tr\u00eas fatores est\u00e3o em jogo: les\u00e3o endotelial, estase circulat\u00f3ria e aumento da coagula\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n
As tromboflebites superficiais podem ser prim\u00e1rias ou secund\u00e1rias. A forma cl\u00ednica prim\u00e1ria ocorre quando aparentemente n\u00e3o tem causa, mesmo ap\u00f3s algum tempo de investiga\u00e7\u00e3o, podendo estar associado a um estado de hipercoagulabilidade por defeitos espec\u00edficos: sendo mais prevalente as altera\u00e7\u00f5es no fator V de Leiden e muta\u00e7\u00e3o da protrombina G20210A, mas tamb\u00e9m podendo ocorrer defici\u00eancia da antitrombina III, cofator II da heparina, prote\u00edna C, prote\u00edna S, fator XII, entre outras altera\u00e7\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n
Entretanto, a grande maioria dos casos ocorre na forma secund\u00e1ria, onde na anamnese \u00e9 poss\u00edvel constatar o fator desencadeante. Alguns tipos merecem destaques: gravidez, varizes, imobiliza\u00e7\u00e3o, uso de contraceptivos, p\u00f3s-operat\u00f3rio, uso de cateterismo e inje\u00e7\u00f5es intravenosas.<\/p>\n\n\n\n
O diagn\u00f3stico \u00e9 essencialmente cl\u00ednico, facilitado pela localiza\u00e7\u00e3o do processo. Identificado como vermelhid\u00e3o e cord\u00e3o endurecido palp\u00e1vel logo abaixo da pele. Em casos mais intensos, pode ocorrer uma periflebite com dermatite e queima\u00e7\u00e3o local. Essa dor pode aumentar com a palpa\u00e7\u00e3o e com a movimenta\u00e7\u00e3o do membro e tente a diminuir durante o repouso com o membro elevado.<\/p>\n\n\n\n
Geralmente, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de exames complementares para concluir o diagn\u00f3stico, exceto, em casos com suspeita de Trombose Venosa Profunda ou outras doen\u00e7as associadas. O exame ecocolordoppler venoso \u00e9 indicado quando h\u00e1 sinais de TVP ou em flebites superficiais proximais, principalmente, quando a Safena Interna na regi\u00e3o da coxa est\u00e1 acometida, pois a trombose pode se entender at\u00e9 a cro\u00e7a e acometer o sistema venoso profundo. Entretanto, buscar a causa desencadeante \u00e9 indispens\u00e1vel, j\u00e1 que diversas patias cl\u00ednicas podem estar associadas. Em casos de tromboflebites recorrentes, tromboflebites em veia n\u00e3o-varicosa, em pacientes jovens h\u00edgidos, deve-se examinar minuciosamente \u00e0 procura de outras doen\u00e7as existentes e discrasias sangu\u00edneas.<\/p>\n\n\n\n
As complica\u00e7\u00f5es mais graves dessa afec\u00e7\u00e3o s\u00e3o a trombose venosa profunda e a embolia pulmonar, por\u00e9m, na maioria dos casos, o progn\u00f3stico \u00e9 de car\u00e1ter benigno, n\u00e3o comprometendo o retorno venoso e a hemodin\u00e2mica corporal.<\/p>\n\n\n\n
O tratamento varia de acordo com a extens\u00e3o, o local, a intensidade e a causa desencadeante. Podem ser utilizados compressas el\u00e1sticas, calor local, medica\u00e7\u00f5es anti-inflamat\u00f3rias e analg\u00e9sicas e pomadas. A deambula\u00e7\u00e3o \u00e9 essencial e deve ser estimulada desde o in\u00edcio intercalando com momentos de repouso com os membros elevados. O tratamento anticoagulante deve ser iniciado em casos de suspeita de TVP. H\u00e1 situa\u00e7\u00f5es, que uma drenagem do co\u00e1gulo local pode ser realizada para amenizar o processo inflamat\u00f3rio e a dor.<\/p>\n\n\n\n
Como j\u00e1 foi dito, as tromboflebites superficiais geralmente encaminham com uma evolu\u00e7\u00e3o benigna e regredindo em um per\u00edodo de 1 a 3 semanas. Por\u00e9m, pode deixar sequelas, tais como: cord\u00e3o fibroso (o processo inflamat\u00f3rio evolui para fibrose, que determina a perman\u00eancia do cord\u00e3o venoso endurecido), pigmenta\u00e7\u00e3o parda (devido a dermatite por contamina\u00e7\u00e3o) e podem ocorrer altera\u00e7\u00f5es tr\u00f3ficas da pele.<\/p>\n\n\n\n
\u00c9 primordial que j\u00e1 nos primeiros sintomas e sinais seja feito a procura ou o encaminhamento ao Angiologista, a fim de promover uma consulta especializada com uma avalia\u00e7\u00e3o do comprometimento vascular existente. Pois, quanto mais precoce for feito o diagn\u00f3stico correto, mais r\u00e1pido ser\u00e1 empregado o tratamento adequado e maior ser\u00e1 a possibilidade de uma resposta terap\u00eautica satisfat\u00f3ria.<\/p>\n\n\n\n
Para tanto, vale ressaltar os diagn\u00f3sticos diferenciais e as afec\u00e7\u00f5es associadas \u00e0 tromboflebite superficial, como: linfangite, eritema nodoso, vasculite, colagenoses, sarcoidose e sarcoma de Kaposi. Tais les\u00f5es apresentam evolu\u00e7\u00e3o mais arrastada, circulares e n\u00e3o respeitam o trajeto linear das veias superficiais e est\u00e3o associadas a sinais sist\u00eamicos, como febre, dor articular e linfonodomegalia.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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